Estudantes cabo-verdianos enfrentam dificuldades no Brasil

Os bolseiros cabo-verdianos no Brasil estão a enfrentar dificuldades. Contam que há vários meses que as bolsas de estudo têm chegado sempre com atraso e este mês ainda não viram um único centavo. Para piorar a situação, alegam que sempre que recorrem à embaixada de Cabo Verde em Brasília ninguém lhes explica o porquê dos atrasos.

Segundo os estudantes que contactaram este diário digital, desde o ano passado estão a receber as bolsas de estudo com atraso: "A bolsa dá para pagar as nossas despesas mas o problema é que aqui, no Brasil, quando nos atrasamos a pagar as contas do mês como a renda de casa e condomínio, entre outros, acumulamos juros. Quando a bolsa chega quase ficamos sem nada por causa das multas que somos obrigados a pagar.

Os estudantes dizem que sempre que procuram alguma resposta na embaixada de Cabo Verde em Brasília, nunca recebem uma explicação convincente. O mais grave é que ultimamente nem sequer respondem às mensagens. "Estamos aqui abandonados à nossa sorte porque somos ignorados pelos nossos representantes no país. Como é que vamos fazer para comer ou ir para a escola sem dinheiro para apanhar um autocarro?”, questionam.

Outro problema que estes universitários estão a enfrentar é que no Brasil as escolas fazem muitas greves e nem sempre têm o histórico para renovar a bolsa. São obrigados a esperar que a universidade volte a trabalhar para pedir o histórico. Só que "às vezes as greves são de dois a três meses e enquanto isso ficamos sem receber”, asseveram.

Contactado por este diário digital, o responsável pelas bolsas de estudo, Carlos Barros, afirma que recebeu reclamações de alguns estudantes do Brasil. Garante que as bolsas são depositadas com regularidade todos os meses. Ainda assim, promete entrar em contacto com a embaixada de Cabo Verde em Brasília para apurar o que está a acontecer.

Quanto aos estudantes com bolsas suspensas por causa das greves, Barros assevera que cabe a eles enviar os históricos escolares a comprovar que estão a frequentar as universidades para continuar a beneficiar das bolsas. E garante que, mesmo com alguns atrasos, os retroactivos referentes aos meses de paralisação nunca ficam por pagar.

Fonte: Asemana