UniPalavra, um jornal de laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Cabo Verde, em São Vicente. Nesta primeira edição, o jornal lança um olhar polifónico sobre o Paul, após uma investigação de campo preparada ao pormenor. Feito o trabalho, os estudantes colocam UniPalavra à apreciação dos leitores.
Editorial
UniPalavra ambiciona fazer circular a Palavra, não enquanto oralidade mas como ato que promova mudanças. Segue esta linha porque a democracia, arena de constituição e negociação da legitimidade sócio-política e económica, impõe duas demandas aos meios de comunicação: uma verdadeira pluralidade e a desnaturalização do processo de seleção das notícias. Equivale dizer que transformar os media em espaços efetivos de produção da democracia passa pela possibilidade de rutura com a homogeneidade do quadro de referência mediático, que aparece
como um elemento empobrecedor da democracia para o cidadão comum disposto a buscar comparações.
como um elemento empobrecedor da democracia para o cidadão comum disposto a buscar comparações.
A ideia de verdadeiro pluralismo (polifónico), de pensamentos dissonantes e contra-hegemónicos, envolve também a participação. E não basta que a oferta seja variada para que seu consumo diferenciado dê origem a um “livre mercado” de conhecimento. É preciso ter acesso não só a uma pluralidade de canais de informação, mas também a diversificados canais de emissão. Mais: o pluralismo interno dos próprios meios está relacionado à existência de múltiplos enquadramentos disponíveis com a mesma acessibilidade por parte dos principais emissores. Por outro lado, a democratização dos media exige ainda o conhecimento das suas técnicas e possibilidades por parte do público, que também é audiência. Mostra-se necessário, portanto, democratizar e discutir os critérios de selecção e exclusão de notícia, a prática de enquadramentos, os recursos tecnológicos que conferem transparência e credibilidade aos media para que a sua recepção seja cada vez mais informada e menos ingénua. Neste UniPalavra, tentamos retomar o sentido original da comunicação, o de troca. Propomos debater questões como a problemática da habitação social no Paul, agricultura, turismo, património, desporto, juventude, sempre nesta atitude de troca, do conhecimento compartilhado das técnicas e possibilidades.
Director: João Almeida Medina
Editor: Américo Antunes
Chefe de Redacção: Joaquim (Kim-zé) Brito
Subchefe de Redacção: José Pedro Santos
Secretária de Redacção: Antónia Santos
Produção: Gabriel Delgado
Redactores: Adalzira Fonseca, Andrêa Lopes, Iónica Neves, Iverolena Fernandes, Jaqueline Brito, Maria de Lourdes Fortes, Miriam Santos, Miziderson Rocha e Risineida Santos.
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